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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Grafeno que rendeu Nobel ganha nova técnica de fabricação


Apenas dois dias depois de ter rendido o Prêmio Nobel de Física de 2010 aos seus criadores, o grafeno voltou a ser notícia.
Desta vez, um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova técnica para fabricar dispositivos eletrônicos inteiramente de grafeno.

Fabricação do grafeno
Embora o grafeno seja um material extremamente promissor, fabricar folhas de carbono com apenas um átomo de espessura impõe desafios tecnológicos nada desprezíveis.
A nova técnica usa moldes - na verdade uma espécie de estêncil - para que as folhas de grafeno cresçam já no formato do componente que se deseja fabricar.
Os modelos orientam o crescimento das estruturas de grafeno, permitindo a formação de nanofitas de larguras específicas, sem a utilização de feixes de elétrons ou outras técnicas destrutivas de corte.
As nanofitas de grafeno fabricadas a partir desses modelos têm bordas lisas, que evitam problemas de espalhamento de elétrons, o que até agora representava um entrave para o uso do grafeno em aplicações eletrônicas - ou pelo menos, um entrave à utilização de todo o seu potencial.
"Qualquer coisa que possa ser feita para fabricar pequenas estruturas sem ter que cortá-las vai ser útil para o desenvolvimento da eletrônica à base de grafeno porque, se as bordas forem muito ásperas, os elétrons que estão passando por elas dispersam-se e reduzem o impacto das propriedades do grafeno," explicou o Dr. Walt de Heer, coordenador da pesquisa.

Transistores de grafeno
Para demonstrar a nova técnica, os pesquisadores utilizaram-na para fabricar uma matriz de 10.000 transistores de grafeno em um chip de 0,24 centímetro quadrado - que eles acreditam ser a maior densidade de componentes eletrônicos de grafeno já alcançada.
Nas fitas de grafeno, graças às suas dimensões em escala nanométrica, o confinamento quântico faz o material se comportar como um semicondutor, tornando-o adequado para a criação de dispositivos eletrônicos.
Mas, quando as fitas têm largura a partir de 1 micrômetro, o grafeno funciona como um condutor - como um condutor excepcional.
Esta é uma das grandes vantagens da eletrônica do grafeno, uma vez que as várias partes do dispositivo são feitas do mesmo material, eliminando a necessidade de junções entre materiais diferentes, que sempre geram resistência elétrica, com perda de eficiência do componente e dissipação de calor.
Usando moldes de diferentes profundidades, a nova técnica permite que tanto as nanofitas quanto as microfitas de grafeno sejam crescidas simultaneamente, o que abre o caminho para que o processo seja ampliado para produção em maior escala.
De Heer e sua equipe estão agora trabalhando para criar estruturas menores e para integrar os componentes de grafeno com componentes tradicionais de silício. Os pesquisadores também estão trabalhando para melhorar a eficiência dos transistores de efeito de campo de grafeno.
Apesar de entusiasmantes, o desenvolvimento de circuitos eletrônicos de grafeno encontra-se na sua infância - o grafeno "nasceu" em 2004 - e estima-se ser necessário ainda um período de cinco a dez anos para que as primeiras aplicações práticas saiam dos laboratórios em direção às fábricas.
Bibliografia:

Scalable templated growth of graphene nanoribbons on SiC
M. Sprinkle, M. Ruan, Y. Hu, J. Hankinson, M. Rubio-Roy, B. Zhang, X. Wu, C. Berger, W. A. de Heer
Nature Nanotechnology
3 October 2010
Vol.: 5, Pages: 727-731
DOI: 10.1038/nnano.2010.192



Bolsa solar recarrega celular e serve como antena

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Fibras ópticas fotônicas avançam mais do que nanotecnologia

Fábio de Castro - Agência Fapesp - 11/02/2010

Fibras de cristais fotônicos
Em 1996, o físico irlandês Philip Russel fez a primeira demonstração prática de uma nova classe de fibras ópticas: as fibras de cristais fotônicos (PCF, na sigla em inglês).
Nos últimos anos, as tecnologias de PCF evoluíram sem parar, com expressiva contribuição de grupos brasileiros.
Os progressos mais recentes e as aplicações mais inovadoras para essas fibras acabam de ser descritos em um artigo publicado na revista Report on Progress in Physics, de autoria do brasileiro Arismar Cerqueira, professor da Faculdade de Tecnologia (FT) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


Fibra de cristal fotônico híbrida, criada pelo pesquisador brasileiro Arismar Cerqueira.

Tecnologia das fibras ópticas
Ao contrário das fibras ópticas convencionais, que são feitas a partir de óxido de silício ultra puro, utilizando dopagem para alteração de suas características, as fibras ópticas fotônicas têm suas características definidas por microestruturas construídas em seu interior.
Ao permitir a otimização das propriedades ópticas em um nível inalcançável para as tecnologias de fibras ópticas convencionais, as PCF prometem revolucionar áreas como telecomunicações, tomografia óptica, espectroscopia, medicina, metrologia e desenvolvimento de sensores.
Cerqueira explica que as PCF se baseiam nas propriedades dos cristais fotônicos e, ao longo de seu comprimento, possuem microestruturas na escala do comprimento de onda. Ao contrário das fibras ópticas tradicionais - sempre feitas de sílica e com uma estrutura muito simples -, o interior das PCF pode ter geometrias variadas e ser feito de materiais diferentes, como líquidos, metais e até gases.
"As PCF revolucionaram a tecnologia de fibras ópticas, pois criaram novos graus de liberdade para o design, fabricação e aplicação das fibras. Essa possibilidade de variar materiais e geometrias permite que o guiamento da luz, em virtude de diferentes mecanismos de propagação em uma gama muito grande de comprimentos de onda", explica ele.

Fibra híbrida
Os editores da revista que publicou o artigo de Cerqueira indicaram-no para produzir o estudo de revisão sobre todas as pesquisas recentes sobre as Fibras de cristais fotônicos em virtude de o pesquisador brasileiro ser autor de uma importante descoberta na área.
Durante seu doutorado na Itália, o brasileiro idealizou, projetou e fabricou um novo tipo de PCF, conhecida como Fibra de Cristal Fotônico Híbrida, ou hPCF (Hybrid Photonic Crystal Fiber).

A descoberta da PCF híbrida foi publicada em janeiro de 2006 na revista Optics Express. De acordo com Cerqueira, esta nova fibra reúne vantagens sobre as duas categorias de PCF existentes até então.
Na PCF original, a luz que viaja pelo interior da fibra é guiada de forma análoga ao mecanismo de propagação das fibras ópticas tradicionais, com reflexão interna total.
A segunda categoria de PCF é conhecida como photonic bandgap. Nela, a luz é guiada em janelas específicas de frequência, previamente estabelecidas no projeto da fibra óptica. Isso viabilizou o guiamento da luz no ar com baixa perda, o que era impossível na tecnologia tradicional.
"A PCF híbrida alia a vantagem das duas em uma única fibra. É o primeiro guia de onda óptico que viabilizou a condução da luz pelos dois mecanismos de propagação simultaneamente. Com um maior controle da luz refletida por dentro da fibra, conseguimos mudar as propriedades ópticas e atingir desempenhos anteriormente impossíveis ou até inimagináveis, abrindo novo leque de aplicações e projetos", disse.

Luz infravermelha
Enquanto as outras duas categorias de PCF têm utilidade mais ou menos adequada a determinadas aplicações, a PCF híbrida é muito mais versátil, sendo útil para aplicações de todas as áreas, como telecomunicações, espectroscopia e metrologia.
"Essa alternativa melhora o desempenho dos dispositivos ópticos, aprimorando propriedades como índice de refração, dispersão cromática, propriedades não-lineares e características modais", explicou.
No artigo, Cerqueira descreve aplicações inovadoras, como o guiamento da luz na região do infravermelho. "Isso é inconcebível para as tecnologias tradicionais. Outro aspecto interessante é o desenvolvimento de sensores de altíssima precisão, obtidos com a tecnologia PCF, além do desenvolvimento de lasers e amplificadores ópticos de alta potência", disse.

Terahertz
Segundo Cerqueira, as PCF estão viabilizando o guiamento da luz em frequências na faixa de terahertz - o que poderá contribuir para resolver o atual gargalo entre a nanotecnologia e as comunicações ópticas.
"Hoje, o conhecimento da óptica está muito mais avançado do que o domínio da nanotecnologia. Temos bandas de transmissão de dados praticamente ilimitadas, mas a eletrônica não acompanhou essa evolução. A possibilidade de ter guiamento da luz em terahertz pode resolver esse gargalo, o que levaria a um salto tecnológico significativo", destacou.

De acordo com ele, a eletrônica atualmente limita a transmissão de dados a cerca de 100 gigahertz - ou 100 vezes 109. Com a viabilização da faixa de terahertz, o limite passaria para cerca de 100 vezes 1012. "Ou seja, a capacidade dos sistemas de comunicação no mundo poderia ser multiplicada por mil", disse.

Transferência de energia
O primeiro estudo de revisão com alto impacto sobre as PCF, de acordo com Cerqueira, foi publicado em 2003 pelo próprio Russel, inventor da nova classe de fibras ópticas. "Desde então, na minha opinião, a quantidade de artigos publicados sobre essas fibras tem sido muito pequena em relação à evolução ocorrida nesses anos", disse Cerqueira.
O estudo publicado na Report on Progress in Physics parece ter ajudado a preencher a lacuna: de acordo com os editores da revista, o artigo foi baixado pela internet 250 vezes nos primeiros 11 dias após a publicação em 21 de janeiro. De acordo com eles, apenas 10% dos artigos de todas as revistas publicadas pelo Instituto de Física (IOP, na sigla em inglês) alcançaram esse número de downloads.
Em 2008, Cerqueira foi o primeiro autor de um artigo publicado na revista Optics Letters. "Naquele estudo, utilizando a PCF híbrida proposta no meu doutorado, conseguimos, pela primeira vez, fazer uma conversão de frequência e transferência de energia entre diferentes bandgaps fotônicos", disse.
O experimento foi analisado no Laboratório de Fenômenos Ultrarrápidos da Unicamp, coordenado pelo diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, autor principal do trabalho.

Mixagem de ondas
Em outro estudo, Cerqueira e Hugo Fragnito, diretor executivo do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica de Campinas (CePOF), conseguiram bater o recorde mundial de geração de múltiplos lasers a partir do fenômeno não-linear conhecido como four wave mixing.
"Geramos 275 ondas eletromagnéticas - ou lasers - a partir de somente três lasers iniciais. Esse resultado também é inédito no mundo", disse Cerqueira.
O pesquisador baiano, hoje com apenas 31 anos, formou-se em engenharia elétrica na Universidade Federal da Bahia e, em 2002, concluiu mestrado na Unicamp, na mesma área. Entre 2003 e 2006, cursou o doutorado na Escola Superior Sant'Anna de Estudos Universitários e Aperfeiçoamento, na Itália, com um período sanduíche na Universidade de Bath, na Inglaterra, centro de referência mundial em fibras ópticas.
De volta ao Brasil em 2006, Cerqueira cursou o pós-doutorado na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp. Nesse período, ministrou diversos minicursos sobre as PCF. Atualmente, o pesquisador tem auxílio da FAPESP para desenvolver um sistema de rádio sobre fibra com antena integrada para monitoração e controle de processos.

Bibliografia: 
Recent progress and novel applications of photonic crystal fibers
Arismar Cerqueira S Jr
Report on Progress in Physics
21 January 2010
Vol.: 73 024401 (21pp)
DOI: 10.1088/0034-4885/73/2/024401

sábado, 25 de setembro de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Cientistas descobrem como surge a matéria

Super laser poderá criar matéria do nada


Vácuo quântico

Cientistas acreditam que o projeto ELI será suficiente para gerar 1026 Watts por centímetro quadrado, o suficiente para tornais reais as partículas virtuais. [Imagem: ELI]
Você decididamente não encontrará um cientista querendo falar sobre "energia extraída do nada".
Mas alguns já estão dispostos a falar sobre extrair matéria do nada. Ou, pelo menos, do espaço "aparentemente" vazio.
Se o feito pode se assemelhar a alguma espécie de "criação" é coisa que ficará para os filósofos discutirem.
De qualquer forma, como parece ser bem adequado ao tema, é necessário começar do começo.
O princípio de incerteza de Heisenberg, um dos pilares da mecânica quântica, implica que nenhum espaço pode estar verdadeira e inteiramente vazio. De fato, e para desespero final dos materialistas, a ciência já demonstrou que a matéria é resultado das flutuações do vácuo quântico.
Em termos absolutamente singelos, vácuo quântico é o "nada" visto por um físico. "Visto" pode parecer força de expressão, mas não é: na verdade, os físicos já conseguiram capturar e armazenar o seu "nada".
É desse vazio que nunca é vazio que emerge a matéria. Flutuações aleatórias do vácuo quântico geram constantemente uma multiplicidade de partículas, as chamadas partículas virtuais, entre elas elétrons e pósitrons.
Assim, caso ainda não estivesse a par, saiba que a física quântica, a meros cento e poucos anos, decretou que o nada é uma impossibilidade. "Não há nada" passou a ser uma proposição intransitiva, que não exige complemento.
Antimatéria
Flutuações aleatórias do vácuo quântico geram constantemente uma multiplicidade de partículas, as chamadas partículas virtuais. [Imagem: ELI]
Elétrons são bem conhecidos, deram nome à eletrônica. Os pósitrons também já estão sendo úteis na maioria dos laboratórios clínicos e hospitais, nos famosos exames de tomografia por emissão de pósitrons, PET-Scan para os "sigla-maníacos".
Menos sabido é que os pósitrons são partículas de antimatéria - mais especificamente, são antielétrons. Como elétrons e pósitrons surgem aleatoriamente do vácuo quântico, eles se encontram e se aniquilam quase com a mesma rapidez com que surgem. E esse equilíbrio de matéria e antimatéria garante que não fique jorrando matéria do nada o tempo todo.
O que os físicos querem fazer agora é tornar reais essas partículas virtuais, fazê-las romper o limiar de sua vida efêmera e trazê-las à existência real.
A possibilidade de que isso aconteça foi prevista por Fritz Sauter, em 1931. Segundo ele, um campo elétrico forte o suficiente pode transformar as partículas virtuais em partículas reais de tal forma que possam ser detectadas.
A dificuldade sempre esteve justamente nesse "campo elétrico forte o suficiente".
Super laser
Esquema da produção de pares de elétrons-pósitrons. [Imagem: ELI]

Alexander Fedotov e seus colegas da Rússia, França e Alemanha, acreditam que o experimento, finalmente, começará ser viabilizado por volta de 2015, quando será inaugurada a primeira etapa do Extreme Light Infrastructure (ELI).
O ELI, um projeto conjunto de 13 países europeus, será o laser de maior potência já construído, cerca de seis vezes mais forte do que os mais fortes atualmente. Ele deverá gerar pulsos ultra curtos de radiação de alta energia - cerca de 100 GeV - suficientes para fazer com que partículas acelerem até próximo da velocidade da luz.
Fedotov e seus colegas acreditam que o ELI será suficiente para gerar 1026 Watts por centímetro quadrado. Segundo seus cálculos, isso será o bastante para dar vida às partículas virtuais.
Em 1997, uma equipe do acelerador SLAC, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiu criar pares de elétrons-pósitrons. Mas a potência do ELI poderá permitir uma reação em cadeia, criando os pares aos milhões.
Segundo Fedotov e seus colegas, o primeiro par de elétron-pósitron criado será acelerado pelo laser, gerando luz. Estes fótons, juntamente com os demais fótons do laser, vão criar mais pares, que gerarão mais fótons para se juntar ao laser, e assim por diante, fazendo finalmente a matéria jorrar do nada. Ou melhor, jorrar do vácuo quântico.
Impensável
Enquanto esperam até que os engenheiros façam o seu trabalho, o físicos continuarão procurando pela quarta propriedade do elétron, que também poderá lançar alguns fótons sobre o paradeiro de toda a antimatéria que teria sido criada no Big Bang.
Ou sonhando com o super colisor de partículas linear, que deverá ser o sucessor do LHC, e que promete não apenas responder a algumas dessas questões eterealmente imateriais, como lançar outras exponencialmente mais impensáveis.
Bibliografia:
Limitations on the attainable intensity of high power lasers

A.M. Fedotov, N.B. Narozhny, G. Mourou, G. Korn
Physical Review Letters
August 18, 2010
Vol.: 105, 080402 (2010)
DOI: 10.1103/PhysRevLett.105.080402
http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1004/1004.5398v1.pdf

Intel investe em fotônica

Intel apresenta chip fotônico a laser para substituir fios de cobre


A Intel anunciou um avanço importante rumo à utilização de feixes de luz para substituir o uso da eletricidade no transporte dos dados nos computadores.
A empresa desenvolveu um protótipo de chip fotônico que realizou, pela primeira vez, uma transmissão óptica de dados com lasers integrados em um chip de silício.
O link óptico é capaz de transmitir dados a distâncias maiores e em velocidades muito mais rápidas do que é possível com a tecnologia atual, chegando a até 50 gigabits de dados por segundo - isso equivale a transferir um filme inteiro em alta definição a cada segundo.
Chip fotônico
O feito é a primeira demonstração prática de um chip fotônico criado pela empresa em 2006 - veja Chip que emite e dirige luz poderá levar fotônica aos computadores.
Os chips dos computadores atuais são interligados por fios de cobre ou por trilhas metálicas nas placas de circuito impresso. Devido à degradação do sinal gerada quando metais são utilizados para transmitir dados, esses cabos têm que ser muito curtos.
Isso limita o projeto dos computadores, porque exige que processadores, memória e outros componentes sejam colocados a poucos centímetros uns dos outros.
O novo chip fotônico é um passo importante para substituir essas conexões - que usam elétrons para transferir dados - por finíssimas fibras ópticas - que usam fótons para transferir muito mais dados a distâncias muito maiores.
A grande vantagem do novo chip fotônico é a sua construção baseada no silício, que é muito mais barato e fácil de lidar do que outros materiais pesquisados na área, como o arseneto de gálio.
Super telas 3D e datacenters
O impacto da fotônica à base de silício vai além do interior dos computadores. Com as taxas de transmissão de dados alcançadas com esta tecnologia é possível imaginar telas 3D gigantescas, ocupando paredes inteiras, com uma resolução tão alta que será difícil distinguir o ambiente da sala do ambiente do filme.
Os datacenters também terão muito a ganhar, podendo ficar espalhados por vários locais diferentes, em vez de ficarem restritos a espaços pequenos, limitados pelos grossos cabos de cobre que interligam os diversos servidores.
O link de 50Gbps é estabelecido por dois chips fotônicos de silício, ambos com lasers integrados, um funcionando como transmissor e outro como receptor. [Imagem: Intel]

A tecnologia ainda não está pronta para chegar ao mercado. Justin Rattner, chefe do Intel Labs, afirma que o link de 50 Gbps pode ser comparado a um "veículo conceito", que permite que os engenheiros da empresa testem novas ideias e aprimorem as tecnologias para transmitir dados a velocidades crescentes.
O campo das telecomunicações já utiliza lasers para transmitir informações opticamente, mas essas tecnologias, em seu nível atual, são caras e volumosas demais para serem usadas dentro de um computador pessoal.

Um HD inteiro em um segundo
O link de 50Gbps é estabelecido por dois chips fotônicos de silício, ambos com lasers integrados, um funcionando como transmissor e outro como receptor.
O chip transmissor é composto por quatro lasers, cujos feixes de luz são dirigidos a um modulador óptico, responsável por codificar os dados a 12,5 Gbps. Os quatro feixes são então combinados e injetados em uma única fibra óptica, alcançando a taxa de transferência total de 50Gbps.
Na outra ponta do link, o chip receptor faz o inverso, separando a luz da fibra óptica nos quatro feixes individuais e enviando-os para os fotodetectores, que convertem os dados de volta em sinais elétricos.
Os pesquisadores já estão trabalhando para aumentar a taxa de transferência de dados. Para isso eles pretendem acelerar o modulador e aumentar o número de lasers por chip, abrindo caminho, segundo eles, para os links ópticos do futuro, na faixa dos terabits por segundo - o suficiente para transferir todos os dados de um laptop típico em um segundo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Carro Solar - Marcelo da Luz


Olá Agilberto,
Quando estava fazendo o tour até o Ártico e atravessando a América do Norte, espero que tenha gostado das fotos. Pois é, recentemente o XOF1 conquistou um grande desafio, atravessou a estrada de gelo mais longa do planeta. Anexado estão algumas fotos abaixo e um link da cobertura da CBC sobre o desafio do gelo. Estou planejando a continuação do tour do Ártico até Argentina, terminando no Brasil. Abraços.

Marcelo da Luz
The Power of One, solar car project
Ph.
E-Mail: mdaluz@xof1.com
Website: www.xof1.com

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e-mail enviado pelo Marcelo.

Como é o carro
O XOF1 leva apenas uma pessoa e pesa 300 kg (incluindo o peso do motorista). Tem cinco metros de comprimento, 1,8 metro de largura e 90 centímetros de altura. Tem três rodas, duas na dianteira e uma na parte traseira. Placas instaladas na carroceria com fotocélulas captam a energia solar e a transmitem para uma bateria do motor em forma de energia elétrica. O motor capaz de fazer o veículo acelerar a 120 km/h.
Em tempo: o nome XOF1, de acordo com o brasileiro, representa as iniciais da frase 'The power of one' (ou seja, 'o poder de um'). "Este nome reflete a idéia do efeito dominó, onde uma peça pode não mudar o mundo, mas insipirar as outras a ajudar a fazer as coisas acontecerem", escreve Da Luz em seu site.
O brasileiro Marcelo da Luz já viajou mais de 36.200 km a bordo do Carro Solar.
Agora Marcelo da Luz procura patrocínio e se prepara para mais uma grande aventura, em abril de 2010  o roteiro deve ser esticado para o Brasil.

As Fotos: